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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Lembranças...

Página 10

Seria segunda ou terça à tarde? As horas? Ah... isso não importa, mas creio que no instante foi o momento, o único momento em que tomei coragem e me coloquei a refletir, a criar, a imaginar. Talvez não ligues, nem gostes desse meu texto! Caso isso acontecça, não te acanhes, querido: rasgue-o, atire-o fora, pare de lê-lo, esteja em que altura estiver.
Eu estava sentada no chão do meu quintal, olhando ao redor. Pensava em tudo e em nada ao mesmo tempo. A imaginação ia longe e alta...deveras poderia alcançar as nuvens do céu. Naquele instante, passei os olhos rapidamente por cima de uma árvore seca, murcha e sem vida. Quem não a conhecesse e visse a tal criatura pensaria que a pobre estivesse morta. Mas ela não estava, não estava....
Embora seu tronco fosse grosso, suas galhas eram finas e pobres. Folhas? Não...não havia! Não sabia o seu nome e muito menos a sua espécie, foi quando me lembrei que, em certa época, era ela, a desnutrida árvore, que se transformava em folhas verdes que se misturavam com grandes flores vermelhas e dançavam com o vento, disputando o ar com os pássaros. Tudo ao redor ia ao chão quando ela trocava de roupa e começava o seu balé.
Mangueiras, bananeiras, limoeiros...nada...nada mesmo se comparava a ela . É certo que todas as árvores eram belas e úteis com seus frutos, mas nada se comparava àquela.
Talvez a minha predileção por aquela árvore seja por ela estar em meu quintal desde que eu era muito pequena, quando corria e sabia admirar tudo. Ela sempre estivera lá...no inverno ou no verão. A vida pulsava em seus galhos e eu os podia sentir!
Lembro-me de, muitas vezes, ver meu cachorro pulando e latindo por causa das folhas e flores que caíam em seu focinho.
Aos apaixonados que me lerem, neste instante, eu vos digo: venham até a minha casa, sentem-se no chão de meu quintal e contemplem a natureza, digo também, para os que não possuem disposição de espírito, que venham também.
Hoje, a árvore continua lá...recolhida, agora, em mais uma gestação, guardando as forças para si e para o amanhã, quando, talvez, o homem não terá mais com que se maravilhar!

Por Mariane Santiago

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